OXALÁ
Orixá n’ti alá, Orixá
n’lá, Orixalá, Òrìsànlá ou Orixanlá, Obatalá
Na
Umbanda, Oxalá é a Divindade que está assentada no pólo positivo ou irradiante
do Trono da Fé, cuja Essência é Cristalina.
Pai
Oxalá é o Trono Masculino do Cristal, Regente da primeira Linha de Umbanda
(Linha da Fé), onde polariza com o Trono Cósmico Feminino Logunan (Oyá-Tempo).
As
Irradiações Universais de Pai Oxalá são retas e contínuas, projetando-se de
forma passiva a todos, o tempo todo.
Já
as irradiações Cósmicas de Mãe Logunan são projetadas em espiral e alcançam os
seres que se desvirtuaram no campo da religiosidade, para corrigi-los.
Oxalá
é o calor das estrelas. E Logunan é o frio do espaço cósmico;
Oxalá
é o calor do sol da Fé. E Logunan é o frio do vácuo religioso;
Oxalá
é abrasador. E Logunan é enregelante;
Oxalá
é a fé permanente. E Logunan é a alternância religiosa;
Oxalá
é o raio reto, o caminho reto que conduz a Deus. E Logunan é a espiral, a onda
circular que colhe todos os que se desviaram da retidão religiosa, para
recolocá-los nesse caminho reto, o único que nos leva para Deus. (“Gênese
Divina de Umbanda Sagrada”, Rubens Saraceni, Madras Editora, 2005, páginas
215/217).
Peculiaridades do Orixá
Oxalá:
Fatores-
A Essência Cristalina de Pai Oxalá contém dois Fatores: o Magnetizador e o
Congregador, que estão na base da Criação.
Seu
Fator Puro é o Magnetizador, sem o qual nada existiria em nosso planeta, já que
a Vida se sustenta por vibração magnética.
Seu
Fator Misto é o Congregador, que tem por função reunir tudo e todos numa mesma
direção e objetivo maior, dando forma e mantendo a estrutura de todas as coisas
e seres.
Vejamos
as ações realizadas na Criação por esses Fatores de Oxalá:
Fator
Magnetizador- Cada Orixá tem um magnetismo específico. E Oxalá é o próprio
Magnetismo, é o Orixá Magnetizador da Criação, ou seja, aquele que doa
Magnetismo a todos os seres e coisas.
Esse
Magnetismo foi importante para a Criação inclusive do nosso planeta, bem como
de tudo que nele existe: seres, elementos, tudo. Por esse motivo, Oxalá é
associado ao Sol (cuja luz é essencial para a vida na Terra) e ao próprio
planeta Terra (pois não haveria vida aqui, sem o Fator Magnetizador de Oxalá).
No
livro “Gênese Divina de Umbanda Sagrada”, RUBENS SARACENI explica a Gênese do
Planeta Terra a partir do Magnetismo do Divino Trono das Sete Encruzilhadas, e
isto nos ajuda a compreender as peculiaridades e a importância do Fator
Magnetizador de Pai Oxalá para a existência da vida planetária.
Diz
RUBENS SARACENI: “A ciência divina nos diz que desde o assentamento do divino
Trono das Sete Encruzilhadas neste ponto do universo, pelo Divino Criador, já
se passaram cerca de treze bilhões de anos, sendo que nos primeiros quatro
bilhões o nosso planeta se parecia com uma estrela azul, mas que cintilava
outras cores. Este período foi o tempo que o divino Trono das Sete
Encruzilhadas passou “absorvendo” energias, através do seu poderoso magnetismo
cósmico. Fato este que deu início aos choques “nucleares” geradores de
explosões gigantescas e geradoras de novas ondas eletromagnéticas
hiper-carregadas de energias, visíveis desde outras constelações.
Com
o tempo, o núcleo magnético do planeta foi alcançando um ponto de equilíbrio,
as ondas eletromagnéticas foram perdendo força e as energias foram se
condensando em torno do eixo magnético planetário. Então, o planeta que era uma
massa incandescente com pequena “reatividade” começou a perder calor para o
geladíssimo espaço cósmico, que é o absorvente natural do excesso de calor dos
corpos celestes. Tanto isso é verdade, que o brilho que vemos nas estrelas é
energia que flui com as ondas eletromagnéticas, mas que vai sendo diluída no
espaço cósmico. Mas as ondas eletromagnéticas geradas no interior delas, e que
nos chegam, são absorvidas pelo magnetismo planetário e o recarregam,
mantendo-o em equilíbrio vibratório. Já o excesso é lançado fora pelos pólos
magnéticos (norte-sul), mantendo constante o campo em torno do planeta.
(...)
Assim que o divino Trono das Sete Encruzilhadas alcançou seu limite máximo em
sua capacidade de absorver energias, as reações foram diminuindo e só restou
uma bola incandescente cercada de vapores (gases) cujos elementos (átomos)
foram se combinando e dando origem a moléculas mais pesadas que se precipitavam
sobre a superfície incandescida.
Pouco
a pouco, com a perda de calor para o gelado espaço cósmico, a crosta foi se
resfriando e se solidificando, até que se tornou densa o suficiente para reter
em sua superfície as moléculas que iam se formando nas camadas gasosas mais
elevadas. Mas o interior incandescido, que era energia pura, criava e ainda
cria pressão, elevando para a superfície os átomos hiper-aquecidos.
O
(...) processo de resfriamento do nosso planeta Terra durou mais de três
bilhões de anos e as ligações atômicas comandadas pela imanência do divino
Trono das Sete Encruzilhadas deram origem a muitos tipos de moléculas, que
deram origem a muitas substâncias. Umas sólidas, outras líquidas e outras
gasosas.
(...)
Tal como acontece durante a fecundação do óvulo pelo sêmen e toda uma cadeia
genética geradora é formada e ativada, o mesmo ocorreu quando um ser divino (o
divino Trono das Sete Encruzilhadas) magnetizou-se e se polarizou dentro do
ventre da Mãe Geradora (a natureza cósmica de Deus). Então se criou um magnetismo
novo que, tal como um feto, começou a absorver os nutrientes da Mãe Geradora (o
Cosmo). O feto alimenta-se de sua mãe e o mesmo fez o divino Trono das Sete
Encruzilhadas e sua parte geradora, que é uma individualização da parte
feminina do Divino Criador (a Natureza).
Enquanto
o divino Trono das Sete Encruzilhadas crescia magneticamente, o planeta se
energizava (materializava).
(...)
O divino Trono das Sete Encruzilhadas é o magnetismo que sustenta a existência
do planeta em suas muitas dimensões. Já a sua contraparte natural é a
individualização e repetição “localizada” da natureza cósmica de Deus ou de Sua
parte feminina, que é um ventre gerador de vida.
(...)
Na gênese de um corpo humano, a par da herança genética dos pais, o sêmen do
homem tem um magnetismo análogo ao do divino Trono das Sete Encruzilhadas que
atrai as energias (nutrientes); enquanto o magnetismo do óvulo da mulher é
análogo ao da mãe geradora (cosmos) que vai agregando e distribuindo os
nutrientes, segundo um código preestabelecido.
Esta
é a razão de todos os planetas serem “redondos”. Eles são formados dentro de um
tipo de magnetismo ovular (de óvulo ou ovo). Nesse magnetismo planetário, os
eixos são do divino Trono das Sete Encruzilhadas. Já o magnetismo que os
reveste e retém em cada camada os elementos, estes são o da Divina Mãe
Geradora, ou sua natureza divina.
Só
quando estes dois magnetismos se fundem surge algo, tal como só quando o macho
se une com a fêmea (copula) uma nova vida é gerada. Tudo se repete e tudo se
multiplica, bastando sabermos que é assim que tudo acontece dentro de Deus,
porque Ele é o eixo da geração e a própria geração em Si mesmo. Ele tanto é o
macho quanto a fêmea. Mas quando Se individualiza, aí assume a Sua dualidade e
biparte-Se em ativo e passivo, positivo e negativo, irradiante e absorvente,
macho e fêmea.
E
foi o que aconteceu aqui na Terra, porque da união magnética do divino Trono
das Sete Encruzilhadas com a “mãe natureza” surgiu um planeta magnífico e único
no nosso sistema solar”. (Obra citada, Madras Editora, 2005, páginas 22/35.)
Fator Congregador- Oxalá Irradia e estimula
a Fé e desperta sentimentos de religiosidade nos seres, além de sustentar a
todos que têm fé. É também a Irradiação da paz, da harmonia, da tranquilidade,
da serenidade, da esperança, da humildade, da pureza, do perdão, da piedade, da
misericórdia, da compaixão, da fraternidade, da irmandade, da compreensão, da
tolerância, da conciliação, da resignação etc.
A
Regência de Oxalá em nossas vidas se manifesta na necessidade de nos
congregarmos, isto é, de nos unirmos a pessoas que tenham as mesmas idéias e
ideais.
A
Vibração de Oxalá habita em cada um de nós, porém velada pela nossa
imperfeição, pelo nosso grau de evolução. É “o nosso Deus interior”, a voz da
consciência que tenta nos conduzir por caminhos luminosos, pois traz consigo a
memória de outros tempos, o conhecimento empírico, o conhecimento adquirido por
experiências anteriores.
As
atribuições de Oxalá incluem dar a todos os seres o amparo religioso dos
Mistérios da Fé. Mas o ser nem sempre absorve essas irradiações quando está com
a mente voltada para o materialismo desenfreado que costuma envolver os
espíritos encarnados.
Pai
Oxalá é, muitas vezes, chamado de “o maior dos Orixás”. Por quê? Vejamos.
Dentro
do conceito das Sete Linhas de Umbanda, que correspondem às Sete Vibrações de
Deus, a primeira delas é a Linha ou Vibração da Fé, onde está Oxalá.
Pai
Oxalá rege o Sentido da Fé, que é fundamental para a existência de uma
religião. Sem Fé não há religião.
Mas
o Sentido da Fé não gera apenas aquele sentimento de caráter religioso ou de
crença religiosa. Também abrange o ato de crer, de acreditar, sem o qual mais
nada existe. Quem não tem o Sentido da Fé bem desenvolvido acaba por não crer
em si mesmo, não encontra valor ou significado para a própria vida e não
consegue crer em algo além da existência material. Esta pessoa terá pouca
autoestima e autoconfiança e pode se deixar dominar pela ansiedade, pelo medo
etc.
Por não crer, também não tem o Sentido do Amor
bem desenvolvido, já que só podemos desenvolver amor a partir do momento em que
acreditamos em alguém ou em algo.
Sem Fé e sem Amor, não há Conhecimento
verdadeiro. Sem a Fé, o Amor e o Conhecimento não há Lei e nem se aplica
Justiça. Faltando isso, não há Evolução e nem a Geração de mais nada...
Em
resumo: Oxalá está no Sentido da Fé, que é o principal Sentido da Vida, pois
sem a Fé nada mais existe ou tem fundamento. Nessa escala de valores, a Fé está
no topo e, portanto, Oxalá está no topo. Este é o significado.
Claro
que isso não “diminui” o valor dos demais Orixás; até porque nada,
absolutamente nada e ninguém pode diminuir ou alterar uma Divindade de
Deus! Cada Orixá é um Mistério de Deus; todos os Mistérios são
essenciais; e todos atuam de forma interligada para a Perfeição do Todo, na
Criação Divina.
O
que se procura compreender, aqui, é a visão da Umbanda sobre o quê está contido
dentro do campo de atuação de Pai Oxalá enquanto Mental Divino Regente do
Mistério da Fé. Considerando-se a Fé como a base da religião e a base do
existir, e sob um olhar cosmológico, Oxalá é a base da Criação, é “o Senhor das
Formas”, o Orixá da Plenitude, o Orixá que representa o Espaço Infinito onde
tudo existe e acontece e onde tudo será acomodado no Universo.
Na
Umbanda, Oxalá é o Espaço Infinito onde tudo existe e acontece. Por isso, Ele
recebe oferendas nos espaços abertos (mirantes, campos, campinas, jardins e
espaços floridos etc.).
Pai
Oxalá (o Espaço Infinito) e Mãe Logunan (o Tempo Infinito) formam o eixo
Espaço-Tempo que sustenta a Criação.
Quando
associado à Criação do mundo e da espécie humana, Oxalá representa o Princípio
Masculino da Criação, “o Pai” ou “o aspecto Pai” do Divino Criador; enquanto
Yemanjá representa o Princípio Feminino da Criação, “a Mãe” ou “o aspecto Mãe”
do Criador.
Paralelamente,
vemos que na África todas as lendas que relatam a Criação do mundo passam
necessariamente por Oxalá, que foi o primeiro Orixá concebido por Olodumare
(Deus), encarregado de criar não só o Universo, como todos os seres e todas as
coisas que existiriam no mundo. É o Princípio Gerador em potencial, o
responsável pela existência de todos os seres do céu e da terra. É o que
permite a concepção, no sentido masculino do termo.
Origens
e significado do nome Oxalá. A cor branca- Há muitos nomes para esta Divindade:
Orixá n’ti alá; Orixá n’lá; Orixalá, Òrìsànlá ou Orixanlá; Obatalá; Oxalá.
Seu
nome, como o dos demais Orixás, vem da cultura Nagô-Yorubá, porque é nesta
cultura que as Divindades são chamadas de Orixás. Alguns nomes de Orixás têm
uma tradução, ao passo que outros não a têm, por expressarem conceitos daquela
cultura que não têm uma correspondência direta com a nossa.
No
caso de Oxalá, a tradução possível do nome vem de contrações da expressão
“Orixá n’ti alá” (pronuncia-se: orixá intí alá), que significa: “o Orixá que
veste o branco”. Embora no Islã a palavra “Alá” seja o Nome de Deus, aqui nesta
expressão Yorubá ela quer dizer branco, a cor branca.
A
expressão “Orixá n’ti alá” sofreu uma contração e ficou: “Orixá n’lá” (pronúncia:
orixá inlá), com igual significado.
Nova
contração gerou o termo “Orixalá”, utilizado como sinônimo de “o maior dos
Orixás” ou “o Orixá dos Orixás”.
Finalmente,
outra contração deu origem ao nome “Oxalá”, que também significa “o Orixá que
veste o branco” ou “o Orixá do branco”.
Outro
nome para Oxalá é “Obatalá”, que se traduz como “o rei que se veste de branco”
(Obá= rei), também derivado da expressão “Orixá n’ti alá”.
Sua
cor é o branco, que é a soma de todas as cores. E é em sua homenagem que
vestimos o branco nas giras de Umbanda. Branco é a cor da paz, um dos
muitos atributos de Oxalá; e por isso também se diz que a Bandeira da Umbanda,
que é branca, é “a Bandeira de Oxalá”.
Na
cultura Nagô-Yorubá e no Candomblé do Brasil há os chamados “Orixás Funfuns”,
conjunto de Orixás que vibram na cor branca ou dentro do axé branco.
Entre
eles temos Oxalá e Orumilá, que são ligados por um aspecto: Orumilá é o Orixá
do Oráculo ou da Revelação, que desvenda o passado, o presente e o futuro; e
Oxalá, na Umbanda, ao polarizar com Logunan, na Linha do Tempo, também atua na
relação entrepresente/passado/futuro.
Elementos e Pedras
Vimos
que o primeiro Elemento associado a Oxalá é o Cristalino; e que este Orixá
também tem atuação Magnetizadora nos demais Elementos.
Logo,
o Magnetismo de Oxalá está presente em todos os Elementos (cristais, minerais,
vegetais, fogo, ar, terra e água).
Portanto,
propriamente não temos uma única pedra associada a Oxalá (pois Ele magnetiza
todos os minerais, todas as pedras). Mas o Cristal é o mais adequado para
representá-Lo, porque todo cristal é translúcido, é transparente, é o mais
próximo da cor branca de Oxalá; e isto simboliza também a pureza que existe em
todos os elementos criados por Deus, já que todos recebem o Magnetismo de Oxalá.
Segundo
ANGÉLICA LISANTY, as pedras brancas em geral pertencem a Oxalá, pois na cor
branca encontra-se a fusão dos Sete Raios: vermelho, laranja, amarelo, verde,
azul, índigo, violeta. E os principais minerais das pedras brancas são: chumbo,
prata, estanho, magnésio, potássio e cálcio.
ANGÉLICA
ensina que o Cristal, em especial, é o grande irradiador dos Sete Raios e,
através da Fé, alimenta e realimenta a todos os outros Orixás. Portanto, o
Cristal Branco Translúcido é a maior fonte de irradiação das Qualidades Divinas
do Trono Oxalá, sendo o maior irradiador energético em potencial, pois
multiplica em muitas vezes a ação de outras pedras. Representa a Luz Divina em
Si, capaz de tocar a todos os corações, iluminando-os através da Fé. A energia
do Cristal é dual (atua como Geradora e como Receptora), estando ligada ao
elemento Água, que é regido pela Lua. O Cristal Branco, a Pedra atribuída a
Oxalá, é considerada como “a Pedra de Deus”, é a mais famosa Pedra de todos os
tempos, em todas as civilizações. Pode ser utilizado em magias que atraiam: a
Paz, a Proteção, a Iluminação, a Sensitividade, a Cura, bem como o
desenvolvimento dos sentidos e pensamentos superiores.
ANGÉLICA
LISANTY indica outras pedras relacionadas a Oxalá: Selenita; Galena; Calcita
Ótica; as pedras brancas translúcidas; as pedras brancas leitosas, tais como: a
Albita ou Pedra da Neve, a Dolomita Branca e o Quartzo Branco Leitoso. (Fonte:
“Os Cristais e os Orixás”, Angélica Lisanty, Madras Editora, 2008, páginas
87/88, 112/114.)
Os Planetas, o número e o
horário associados a Oxalá
Na
Umbanda, Oxalá é associado ao Sol, ao planeta Terra e ao número 01.
Por
força das peculiaridades do Seu magnetismo e da Sua atuação no despertar da Fé
nos seres humanos, é também associado à luz do meio-dia.
Neste
horário (meio-dia) o Sol está no seu esplendor e, segundo antigas Tradições, as
Energias Angelicais mais puras e intensas estão atuando sobre o nosso planeta,
purificando a tudo e a todos, pela dissolução das energias densas.
Portanto,
o horário do meio-dia é excelente para nos dirigirmos ao Pai Oxalá, agradecendo
e pedindo Suas bênçãos: fazendo um banho ou defumação com ervas do Orixá,
firmando uma vela branca, oferecendo flores brancas etc.; ou simplesmente nos
concentrando em oração e cobrindo a cabeça com um pano branco (de preferência,
que seja de fibra natural, como algodão, linho etc.) especialmente reservado
para este ritual.
Sincretismo
Na
Umbanda, o Orixá Oxalá é sincretizado com Jesus Cristo, cuja imagem é colocada
em lugar de honra nos Centros, Terreiros ou Tendas de Umbanda, em local elevado
e geralmente destacada com iluminação.
Mas
Oxalá não é Jesus, assim como Jesus não é Oxalá.
Jesus
Cristo tem algumas das Qualidades de Oxalá; e isto faz Dele uma
Manifestação doOrixá Oxalá ou um Intermediário de Pai Oxalá Maior.
Jesus
pregava o amor, o perdão, a fé, a paz. Ele “deu a própria vida” em testemunho
dos seus ensinamentos, e isto nos remete ao simbolismo do “bode expiatório”:
antes da vinda de Jesus, existia a prática religiosa de se sacrificar um animal
“para a expiação dos nossos pecados”. Segundo o conceito Católico, Jesus
torna-se “o cordeiro de Deus, o último cordeiro”, ou seja, depois Dele não se
faria mais sacrifício animal “porque em Jesus Cristo todos os pecados da
humanidade estariam perdoados”.
Homenageia-se
Oxalá na representação daquele que na Tradição Católica foi o “filho dileto de
Deus entre os homens”. Permanece, porém, no íntimo desse sincretismo, a herança
da tradição africana: “Jesus foi um enviado, foi carne, nasceu, viveu e morreu
entre os homens”; enquanto Oxalá coexistiu com a formação do mundo, ou seja,
Oxalá era ou existia muito antes de Jesus.
Segundo
textos antigos, o nome “Cristo” significa cristal ou cristalino; e esta é a
referência de todos os Mestres da Luz que encarnaram para guiar a humanidade.
As
ondas magnetizadoras de Pai Oxalá despertam a ética e a iluminação filosófica
nos seres, ou seja, a base das religiões. Algumas dessas ondas chegam até aos
nossos olhos cruzadas; fato que tornou o símbolo da cruz como referência ao
Mestre Jesus Cristo.
Para
os Católicos, Jesus Cristo é Deus encarnado, é a segunda Pessoa da Trindade
(Pai/Filho/Espírito Santo); para os Hindus, é um Avatar, um Mestre
Ascensionado; para osEspíritas, é um Mestre da humanidade.
Já
na Umbanda Jesus é reverenciado como um Manifestador do Trono da Fé, um Filho
Iluminado de Oxalá que encarnou para direcionar as pessoas nos caminhos da Fé,
por meio do amor que leva à fraternidade, ao perdão, ao arrependimento, à paz
etc.
Sob
a Regência de Oxalá, Jesus nos indicou a melhor forma de evolução, que é
praticar acaridade: doar com a direita, trilhando o Caminho da Luz, como fez o
Divino Mestre, para, com a esquerda, recebermos na eternidade.
E
a maior caridade que se pode praticar dentro da Religião é dar às pessoas um
sentido para as suas vidas, pelo despertar da Fé.
História
Oxalá na África e no
Candomblé do Brasil
Orixalá
(“O Orixá dos Orixás”) acabou se popularizando como Oxalá e é considerado o
Orixá mais importante do panteão africano. Não possui mais poderes que os
outros nem é hierarquicamente superior, mas é respeitado por todos, pois
representa o patriarca, o chefe da família.
Oxalá
é o detentor do poder procriador masculino.
É
alheio a todo o tipo de violência, de disputas e brigas. Gosta de ordem, da
limpeza e da pureza.
Todas
as suas representações incluem o branco, que é a sua cor.
Pertencem
a Oxalá os metais e outras substâncias brancas.
Seu
dia é a sexta-feira. E os seus filhos devem vestir-se de branco neste dia.
Oxalá
representa o elemento fundamental dos primórdios: massa de ar e massa de água,
a pró-forma e a formação de todo tipo de criaturas no Aiyê (a Terra) e no Orun
(o Céu).
Ao
incorporar-se, assume duas formas: Oxaguiã, jovem guerreiro, e Oxalufã, o velho
apoiado num bastão de prata (apoxorô ou ôpá xôrô).
Na
África, todos os Orixás relacionados com a Criação são designados pelo nome
genérico de Orixá Funfun. O mais importante deles chama-se Orixalá (ou seja, o
Grande Orixá), que nas terras de Igbó e Ifé é cultuado como Obatalá, “o Rei do
Pano Branco”.
O
nome Orixalá foi contraído e deu origem à palavra Oxalá, e foi com este nome
que a grande Divindade-Pai passou a ser conhecida.
A
designação de “Funfun” deve-se ao fato de a cor branca se configurar como a cor
da Criação, guardando a essência de todas as demais. O branco representa todas
as possibilidades, a base de qualquer criação.
Eram
154, aproximadamente, os Orixás Funfuns. Mas no Brasil e em Portugal esse
número se reduziu significativamente, pois todos os Orixás Funfuns foram
reunidos em Oxalá e divididos em várias qualidades das suas duas configurações
principais: Oxalufã e Oxaguiã. Oxalufã, o Oxalá mais velho e paciente, é o pai
de Oxaguiã que, por sua vez, é o Oxalá jovem e guerreiro.
No
Xirê (festa em homenagem aos Orixás), Oxalá é homenageado por último porque é o
grande símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade. Ele
é o único Orixá que, como Exu, reside em todos os seres humanos. Todos são seus
filhos, todos são irmãos.
No
Candomblé, apresenta-se também de duas maneiras: o Moço, Oxaguiam; e o Velho,
Oxalufam. O símbolo do primeiro é uma idá (espada); e o do segundo é uma
espéciede
cajado
em metal, chamado ôpá xôrô (opaxorô, na forma aportuguesada).
Em
suas diversas mutações, temos: ►na Nação Ketu: Oxanguian,
Oxalufá, Obatalá e Oduduwá; ►na Nação Angola: Lemba,
Lembarangaga e Guaratinhanha. Em todas elas é o Senhor da Vida, também chamado
"Senhor da boa argila", devido a uma antiga lenda na qual Oxalá usava
este material para criar os seres humanos.
Na
África, é Òrìsànlá ou Obàtálá (Obá N´ti alá), "O Grande Orixá”, "O
Rei do Pano Branco”.
Na
mitologia Yorubá, é o criador do mundo, dos homens, animais e plantas. Foi o
primeiro Orixá criado por Olodumare e é considerado o maior, o mais velho dos
Orixás, o Rei de vestes brancas, raiz de todos os outros Orixás. É o pai de
Oxalufam (que, por sua vez, é o pai de Oxaguiam).
Na
África e no Candomblé do Brasil, Oxalá representa a massa de ar, as águas frias
e imóveis do começo do mundo; controla a formação de novos seres; é o Senhor
dos vivos e dos mortos, preside o nascimento, a iniciação e a morte. É o
responsável pelos defeitos físicos, e é corcunda porque recusou-se a fazer uma
oferenda de sal numa cabaça e Exu castigou-o, pregando-lhe a cabaça nas costas,
razão pela qual não come sal: comer sal para ele constitui um ato de alto
canibalismo. Ele deu a palavra ao homem e durante suas festas não se fala,
durante três semanas tudo é silêncio, pois a palavra é dele.
Sua
maior festa é uma cerimônia chamada "Águas de Oxalá", que diz
respeito à lenda dos sete anos do seu encarceramento no reino de Oyó,
culminando com a cerimônia do "Pilão de Oxaguian", para festejar a
volta do pai. Esse respeito advém da sua condição, delegada por Olorun, da
criação e governo da humanidade.
Sua
saudação mais frequente é: Êpa Babá!
Seus
domínios são o poder procriador masculino, a Criação, a vida e a morte (como
fim pacífico de todos os seres).
Seu
cajado, o opaxorô, tradicionalmente era feito dos galhos de atori (planta cujo
nome científico é “Glyphaea lateriflora abraham”). Este cajado simboliza a
criação do mundo e do ser humano, bem como a sabedoria dos anciãos;
servindo de apoio para locomoção do Orixá que é o mais velho de todos e
considerado “o pai da criação”.
Festas para Oxalá
1-
As “Águas de Oxalá”- No Candomblé, como em outras religiões de origem
africana, acredita-se que cada pessoa tem um Orixá específico que fornece
padrões de comportamento e conduta aos seus filhos.
Ao
aproximar-se de Oyó, Oxalá avistou o cavalo branco que havia dado de presente a
Xangô. Como estava todo sujo, os soldados de Xangô o julgaram ladrão do animal;
e Oxalá foi levado à prisão do palácio e lá esquecido por sete anos.
Durante
este período, o reino de Xangô entrou em decadência, sofrendo a pior seca, que
comprometeu toda a colheita. Epidemias, doenças e mortes se sucederam com
freqüência, fazendo com que o povo se revoltasse contra Xangô.
Sem
saber o que fazer, Xangô procura um Babalaô da região, que faz o jogo e lhe
diz: “Um homem que usa roupa branca foi preso injustamente. O que está
acontecendo é uma revolta natural pela injustiça cometida”.
Xangô
vai então às prisões para averiguar e descobre, entre os presos, o próprio pai.
Entristecido, ele pune os soldados pela injustiça cometida contra Oxalá e lhe
rende homenagens: carrega Oxalá nas próprias costas até ao palácio, cuida de
banhá-lo e vesti-lo com as roupas mais brancas que existem e depois realiza uma
grande festa em sua homenagem. Desfeita a injustiça, tudo voltou à normalidade:
a chuva chegou, as culturas de alimentos prosperaram e as enfermidades
cessaram.
A
cerimônia das “Águas de Oxalá” rememora este episódio mítico com uma procissão
que representa a viagem de Oxalá. Trata-se de um cerimonial complexo que se
estende por dezessete dias e que constitui um marco nas práticas e rituais do
ano litúrgico do Candomblé. Durante esse período, os fiéis adotam um
comportamento reservado, cauteloso e de muita concentração.
O
calendário das cerimônias afro-brasileiras costuma iniciar-se em 13 de janeiro
com a “Festa das Águas de Oxalá”, celebração que visa pedir purificação e paz
para as divindades. A partir da última quinta-feira de setembro alguns
Terreiros passam a reviver a “odisséia” de Oxalá. (Fonte: “A Festa das Águas de
Oxalá: a Religiosidade e o Patrimônio Afrobrasileiro”, Texto das
Historiadoras-Doutoras Amanda Palomo Alves e Sandra Pelegrini, publicado no
site http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf/st1/.)
Ainda
sobre esta Festa, o Monge Beneditino MARCELO BARROS, do Mosteiro de Goiás,
escreveu um artigo interessante. Diz ele, em síntese: “Como todo mito, este
também é simbólico e aberto. Não é respeitoso reduzir a pura lenda um fato
acreditado em uma religião. Todo mito é mais do que lenda. Independentemente da
sua veracidade histórica, esta visita de Oxalá a Xangô significa que a justiça
divina (Xangô) liberta a bondade providencial do Criador (Oxalá), que vem sobre
o mundo como águas benfazejas”.
O
autor ainda alerta para o fato de que este mito nos faz pensar, além do aspecto
religioso original, na carência de água potável que o mundo agora enfrenta. Uma
reflexão pode nos revelar um significado mais abrangente e atual embutido nesta
celebração: o valor sagrado das águas, elemento indispensável para a
sobrevivência humana e planetária. (Fonte:
http://www.caribenet.info/oltre 06 barros oxala.asp, “As Águas de Oxalá”,
Marcelo Barros.)
2-A
Festa do Senhor do Bonfim- É uma celebração religiosa que tem lugar em
Salvador,Bahia, na Igreja do Senhor do Bonfim, com uma novena solene e a exposição
do Santíssimo Sacramento pelo Capelão da Igreja. Acontece sempre em janeiro, no
segundo domingo depois do “Dia de Reis”.
Antes,
na quinta-feira, realiza-se a tradicional “Lavagem do Bonfim”, com grande
participação popular, carroças enfeitadas puxadas por animais e as tradicionais
baianas com seus vasos com água perfumada (água de cheiro).
A
Lavagem da Igreja do Bonfim- A “Lavagem do Bonfim” é mais popular que a própria
Festa do Bonfim. Muitas vezes é erronemente denominada Festa do Bonfim, embora
sejam celebrações distintas.
A
tradição começou com Teodósio Rodrigues de Farias, oficial da Marinha
Portuguesa, trazendo de Lisboa uma imagem de Jesus Cristo, que em 1745 foi levada
para a Igreja da Penha, em Itapagipe, com grande acompanhamento.
Nove
anos depois, em julho de 1754, a imagem foi transferida em procissão para a sua
própria igreja, na Colina Sagrada. O lugar era assim chamado porque se
atribuíam milagres ao Senhor do Bonfim; fato que passou a atrair peregrinos não
só Católicos mas também de outras Religiões, estabelecendo-se, então, um culto
sincrético.
A
“Lavagem do Bonfim” tem a participação de fiéis Católicos, Umbandistas e
Candomblecistas, já que na Bahia há um sincretismo religioso entre o Senhor do
Bonfim e o Orixá Oxalá.
Na
quinta-feira pela manhã, o tradicional cortejo de baianas sai da Igreja de
Nossa Senhora da Conceição da Praia e segue a pé, num trajeto de oito
quilômetros, até chegar ao Alto do Bonfim.
O
ponto alto da Festa ocorre quando, vestidas a caráter, cerca de duzentas
baianas lavam as escadarias e o átrio da Igreja do Senhor do Bonfim, com
vassouras e água de cheiro. Elas carregam a água perfumada em suas quartinhas e
vão despejando-a nas escadarias e no átrio da Igreja, ao som de palmas,
atabaques e cantos.
Anualmente,
reúnem-se milhares de fiéis em busca da proteção das águas
perfumadas, para limpeza do corpo e da alma. Esta celebração é muito importante
para o povo baiano, pois mostra a sua devoção ao Senhor do Bonfim.
LENDAS
1-
Oxalá
cria a Terra
No
começo, o mundo era todo pantanoso e cheio d’água, um lugar inóspito e sem
nenhuma serventia.
Acima
dele havia o Céu, onde viviam Olorum e todos os Orixás, que às vezes desciam
para brincar nos pântanos insalubres. Desciam por teias de aranha penduradas no
vazio.
Ainda
não havia terra firme, nem o homem existia.
Um
dia Olorum chamou à sua presença Orixanlá (Oxalá), o Grande Orixá. Disse-lhe
que queria criar terra firme lá embaixo e pediu-lhe que realizasse tal tarefa.
Para a missão, deu-lhe uma concha marinha com terra, uma pomba e uma galinha
com pés de cinco dedos.
Oxalá
desceu ao pântano e depositou a terra da concha. Sobre a terra pôs a pomba e a
galinha, e ambas começaram a ciscar. Foram assim espalhando a terra que viera
na concha, até que a terra firme se formou por toda parte.
Oxalá
voltou a Olorum e relatou-lhe o sucedido.
Olorum
enviou um camaleão para inspecionar a obra de Oxalá e ele não pôde andar sobre
o solo que ainda não era firme. O camaleão voltou dizendo que a Terra era
ampla, mas ainda não suficientemente seca. Numa segunda viagem o camaleão
trouxe a notícia de que a Terra era ampla e suficientemente sólida, podendo-se
agora viver em sua superfície. O lugar mais tarde foi chamado Ifé, que quer
dizer ampla morada.
Depois
Olorum mandou Oxalá de volta à Terra, para plantar árvores e dar alimentos e
riquezas ao homem.
E
veio a chuva para regar as árvores.
Foi
assim que tudo começou.
Foi
ali, em Ifé, durante uma semana de quatro dias, que Oxalá criou o mundo e tudo
o que existe nele.
2-
Obatalá
cria o homem
Num
tempo em que o mundo era apenas a imaginação de Olodumare, só existia o infinito
firmamento e abaixo dele a imensidão do mar.
Olorum,
o Senhor do Céu, e Olocum, a Dona dos Oceanos, tinham a mesma idade e
compartilhavam os segredos do que já existia e ainda existiria.
Olorum
e Olocum tiveram dois filhos: Orixalá, o primogênito, também chamado Obatalá, e
Odudua, o mais novo.
Olorum-Olodumare
encarregou Obatalá, o Senhor do Pano Branco, de criar o mundo, dando-lhe
poderes para isso.
Obatalá
foi consultar Orunmilá, que lhe recomendou fazer oferendas para ter sucesso na
missão. Mas Obatalá não levou a sério as prescrições de Orunmilá, pois
acreditava somente em seus próprios poderes.
Odudua
observava tudo atentamente e naquele dia também consultou Orunmilá, o qual
assegurou que se ele fizesse as oferendas prescritas, seria o chefe do mundo
que estava para ser criado. A oferenda consistia em quatrocentas mil correntes,
uma galinha com pés de cinco dedos, um pombo, um camaleão e quatrocentos mil
búzios. Odudua fez as oferendas.
Chegado
o dia da criação do mundo, Obatalá se pôs a caminho até a fronteira do além,
onde Exu é o guardião. Obatalá não fez as oferendas nesse lugar, como estava
prescrito. Magoado com a insolência, Exu usou seus poderes contra Oxalá,
provocando-lhe muita
sede.
Para
aplacar a sede, Oxalá tocou com seu bastão no tronco de uma palmeira e dela jorrou
vinho em abundância. Ele bebeu vinho até embriagar-se e adormecer na estrada, à
sombra da palmeira de dendê, abandonando o saco da criação que recebera de
Olorum.
Odudua,
que tudo acompanhava, apanhou o saco da criação, foi até Olorum e lhe contou o
ocorrido. Então, Olorum-Olodumare confiou-lhe a criação do mundo.
Com
as quatrocentas mil correntes Odudua fez uma só e por ela desceu até a
superfície do mar. Sobre as águas sem fim, abriu o saco da criação e deixou
cair um montículo de terra. Soltou a galinha de cinco dedos e ela voou sobre a
terra, pondo-se a ciscá-la, espalhando a terra na superfície da água. Odudua
exclamou: “Ilè nfé!”, que significa: “A Terra se expande!”, frase que depois
deu nome à cidade de Ifé, a qual está exatamente no lugar onde Odudua fez o
mundo.
Em
seguida, Odudua apanhou o camaleão e o fez caminhar naquela superfície,
demonstrando a firmeza do lugar.
Obatalá
continuava adormecido. E Odudua partiu para a Terra para ser seu dono.
Então
Obatalá despertou, tomou conhecimento do ocorrido e foi contar tudo a
Olodumare, que lhe disse: “O mundo já está criado. Perdeste uma grande
oportunidade”.
Como
castigo, Olodumare proibiu Obatalá e seus descendentes de beberem vinho de
palma para sempre.
Mas
a missão não estava ainda completa e Olodumare deu outra dádiva a Obatalá: a
criação de todos os seres vivos que habitariam a Terra.
E
assim Obatalá criou todos os seres vivos e criou o homem e a mulher.
Obatalá
modelou em barro todos os seres humanos; e o sopro de Olodumare os animou.
O
mundo agora se completara. E todos louvaram Obatalá.
3-
Obatalá
cria Icu, a Morte
Quando
o mundo foi criado, coube a Obatalá a criação do homem.
O
homem foi criado e povoou a Terra.
Cada
natureza da Terra, cada mistério e segredo, tudo foi governado pelos Orixás.
Com
atenção e oferendas aos Orixás, tudo o homem conquistava.
Mas
os seres humanos começaram a se imaginar com os poderes que eram próprios dos
Orixás. Deixaram de fazer oferendas. Imortais que eram, pensavam em si mesmos
como deuses. Não precisavam de outros deuses.
Cansado
dos desmandos humanos, Obatalá decidiu viver com os Orixás no espaço sagrado
que fica entre o Aiê (a Terra) e o Orum (o Céu).
E
Obatalá decidiu que os homens deveriam morrer; cada um num certo tempo, numa
certa hora.
Então
Obatalá criou Icu, a Morte, encarregando-a de fazer morrer todos os humanos,
porém impondo-lhe uma condição: só Olodumare podia decidir a hora de morrer de
cada homem. A Morte leva, mas a Morte não decide a hora de morrer. O Mistério
Maior pertence exclusivamente a Olorum.
4-Oxalá
molda o ser humano com o barro
Dizem
que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o
Orixá tentou vários caminhos: tentou fazer o homem de ar, como Ele. Não deu
certo, pois o homem logo se desvaneceu; tentou fazer de madeira, mas a criatura
ficou dura; de pedra a tentativa ainda foi pior; fez de fogo e o homem se
consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada.
Foi
então que Nanã Burucu veio em seu socorro: apontou para o fundo do lago com o
seu
ibiri,
seu cetro e arma, e de lá retirando uma porção de lama. Nanã deu a Oxalá a
porção de lama, o barro do fundo da lagoa onde Ela morava.
Oxalá
criou então homem e o modelou no barro.
Com
o sopro de Olorum, o homem caminhou e com a ajuda dos Orixás povoou a Terra.
(Fonte
das lendas: “Mitologia dos Orixás”, Reginaldo Prandi, 2005, Editora Companhia
das Letras, páginas 502/507.)
5-Oxalá
desvenda os mistérios da vida e da morte
Esta
lenda é contada no Candomblé:
Oxalá
era marido de Nanã, a Senhora do Portal da Vida e da Morte, da fronteira da
nossa dimensão para outras.
Por
determinação de Nanã, somente os seres femininos tinham o acesso àquele Portal.
Esta determinação servia para todos, inclusive para o próprio Oxalá. Durante
muito tempo assim foi.
Porém,
Oxalá não se conformava em não poder conhecer o Portal, não só porque era
marido de Nanã, como por sua própria importância no panteão dos Orixás.
Pensou
e pensou, até que encontrou a melhor forma de burlar as determinações da
esposa. Não fugindo de sua cor branca, vestiu-se de mulher, colocou o Adê
(coroa) com os “chorões” no rosto (próprio das Iabás), e se aproximou do
Portal, satisfazendo, enfim, sua curiosidade.
Mas
foi surpreendido por Nanã, que se aproximou e determinou: “―Já que te vestiste
de
mulher
para desvendar um segredo importante, vou compartilhá-lo contigo. Terás a
incumbência de ser o principio do fim, aquele que tocará o cajado três vezes no
solo para determinar o fim de um ser. Porém, jamais conseguirás te desfazer das
vestes femininas e daqui para frente terá todas as oferendas fêmeas!”
E
Oxalá, conhecido por Oxalufan, passou a receber oferendas não mais como os
demais Orixás masculinos, e sim de cabras e galinhas, como as Iabás. E jamais
se desfez das vestes de mulher. Em compensação, transformou-se no Senhor do
princípio da morte e conheceu todo o seu segredo.
Oxalá,
portanto, é o fim. Não o fim trágico, mas pacífico, de tudo o que existe no
mundo. E por isso merece todo o carinho que lhe damos. Por isso, é o nosso
salvador, nosso conselheiro, aquele que vem nos momentos de angústia para
trazer algo de que o mundo precisa demasiadamente: a Paz.
Divindades assemelhadas
- Apolo ou Febo-
Divindade grega, filho de Zeus com Leto. É o deus da Luz Solar, da música,
das artes e da medicina. Senhor do Oráculo de Delfos. Divindade radiante,
sempre moço e belo. Traz pureza, tranquilidade e espiritualidade.
- Hélios- Divindade
grega. Era o próprio Sol, representado como um jovem com raios de luz
saindo da cabeça. É considerado também aquele que traz a Luz, a
iluminação.
- Brahma- É a primeira
pessoa da Trindade Hindu (Brahma, Vishnu e Shiva). É o primeiro criado; o
criador, incriado, do Universo. Costuma se manifestar com quatro cabeças,
simbolizando os quatro Vedas (livros sagrados para os hindus) e as quatro
yugas (eras, ciclos de tempo e realidade pelas quais passa a humanidade).
Tendo quatro braços, segura em cada uma das mãos: um colar de oração hindu
(símbolo da tranquilidade da mente), uma colher e ervas (símbolo dos rituais),
o Kamandalu (pote com água, símbolo da renúncia) e os
Vedas (símbolo do conhecimento).
- Suria- Divindade
hindu. O deus Sol. É a alma suprema dos Vedas e deve ser adorado por todos
os que desejam libertar-se da ignorância.
- Varuna- Divindade
hindu. Seu nome provém da raiz verbal “vr”, que significa cobrir,
circundar. Circunda o Universo e tem como atributo a soberania. Através do
Sol, ele controla tudo e, desta maneira, fez três mundos, habitando em
todos eles: céu, terra e o espaço intermediário de ar onde o vento é o
sopro de Varuna. Sua morada é o Zênite, mansão de mil portas, onde fica
sentado e tudo observa; à sua volta ficam seus informantes que inspecionam
o mundo e não se deixam enganar. Seu poder e conhecimento são ilimitados;
inspeciona o mundo, sendo o Senhor das leis morais. Já foi um Deus Único e
Celeste, perante a criação; com o tempo tornou-se Divindade das águas,
rios e oceanos.
- Rá- Divindade egípcia.
É o princípio da Luz, simbolizado pelo Sol; é mais do que o próprio Sol. É
ele quem penetra no disco solar e lhe confere a luz. Adorado como uma das
maiores Divindades egípcias, é muitas vezes associado ao nome do Ser
Supremo, para lhe conferir este “status”, como Atun-Rá ou Amon-Rá.
- Khnum- Deus local do
alto Egito, simbolizado com cabeça de carneiro. Tinha aspectos de criador,
sendo possuidor de um torno de oleiro, onde modelara o corpo de todos os
homens.
- Baldur ou Balder-
Divindade nórdica masculina cujo nome significa “distribuidor de todo o
bem”. Filho de Odim com a Deusa-Mãe Frigg. Conhecido como: deus Sol, o
todo radiante, de beleza incomparável; a deidade boa, pura e carismática;
deus pacífico;“o bem amado”, “o santo”, “o único sem pecado”; “deus da
bondade”.
- Brán- Divindade celta.
Conhecido como “o abençoado”, é o deus da profecia, das artes, dos
líderes, da guerra, do sole da música. É muito cultuado no País de Gales.
- Dagda- Divindade celta
que aparece como grande pai de todos, chamado de “o bom deus”. Seu poder
aparece como um sopro que torna os agraciados em trovadores.
- Anu- Divindade
sumeriana. É o pai das Divindades, é o próprio céu, Divindade do
firmamento estrelado, o que reina na esfera superior. Adorado por
sumérios, acádios e assírio-babilônicos como a Divindade maior, por vezes
visto como o Deus Supremo. Senhor dos anjos e dos demônios, de todas as
potências inferiores e superiores.
- Nusku- Divindade
sumeriana. Deus da luz, adorado ao lado do deus da Lua, em Harran e
Neirab. Vizir de Anu e de Ellil. Tem como símbolo uma lâmpada.
- Utu- Divindade
sumeriana, o deus Sol. Traz o título de “meu sol” (“majestade”), como eram
chamados os reis e deuses chefes de panteão.
- Shemesh- Divindade
hebraica. Aparece com raios flamejantes saindo de seus ombros, saltando
sobre montanhas com uma espada flamejante de serra nas mãos e uma tiara de
fogo na cabeça. Também simboliza o Sol. É a mesma Divindade arábica Shams.
- Inti- Divindade inca
do Sol, também chamado de “Servo de Viracocha”. Protetor da casa real,
onde o imperador era chamado de “filho de Inti”. É o grande doador da vida
e da luz. Divindade popular mais importante, tendo seu culto estabelecido
em vários templos.
- Kinich Ahau- Divindade
maia do sol, muito ligado ao Deus Criador Itzamná.
(Fonte:
“Deus, “Deuses” e Divindades”, Alexandre Cumino, Madras Editora, 2004, páginas
81/84.)
As características dos
filhos de OXALÁ
Os
filhos de Oxalá são pessoas respeitadas, tranquilas, calmas até nos
momentos mais difíceis, amáveis e pensativos; podendo, às vezes, ser
autoritários.
São
muito dedicados e caprichosos, mantêm tudo sempre bonito, limpo. Respeitam a
to-
dos,
mas exigem ser respeitados. Sabem argumentar bem, tendo uma queda para
trabalhos que impliquem em organização. Gostam de centralizar tudo em torno de
si mesmos. São reservados, mas raramente orgulhosos.
Seu
defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm certeza de suas
convicções; será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem
outros caminhos para a resolução de um problema. No Oxalá mais velho (Oxalufã)
a tendência se traduz em ranzinze e intolerância; enquanto no Oxalá novo
(Oxaguiã) essa tendência gera certo furor pelo debate e pela argumentação.
Costuma-se
dizer também que os filhos de Oxalufã (o Oxalá Velho) seriam mais calmos,
bondosos e tolerantes, mas com boa capacidade de liderança, dado ao seu forte
magnetismo (carisma).
Já os filhos de Oxaguiã (o Oxalá Moço) seriam
altos e robustos, elegantes, de porte majestoso e olhar ao mesmo tempo altivo e
travesso, e amigos das mulheres. Embora guerreiros, não são agressivos.
Alegres, gostam profundamente da vida. Revelam-se, às vezes, irônicos,
maliciosos, prolixos e brincalhões.
Para
os filhos de Oxalá, a idéia e o verbo são sempre mais importantes que a ação;
não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a linguagem (escrita ou falada)
seja o ponto fundamental.
Fisicamente,
os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte majestoso, principalmente na
maneira de andar. Na constituição física, o filho de Oxalá não é alto e magro
como os filhos de Ogum, nem tão compacto e forte como os filhos de Xangô. Às
vezes, porém, essa maneira de caminhar e de se postar dá lugar a alguém com
tendência a ficar curvado, como se o peso de toda uma longa vida caísse sobre
seus ombros, mesmo em se tratando de alguém muito jovem.
Para
que o filho de Oxalá tenha uma vida melhor, deve procurar despertar em seu
interior a alegria pelas coisas que o cercam e tentar ceder à sua natural
teimosia.
No
geral, os filhos de Oxalá são idealistas e defensores dos injustiçados. São
muito intuitivos quanto ao futuro. Seu pensamento original antecipa-se ao de
sua época. Têm espírito brilhante e facilidade de argumentação. São generosos e
até pródigos.
1-Toalha
ou pano de cor branca; velas brancas; frutas brancas (melão, goiaba, etc.);
vinho branco doce ou suave; flores brancas (todas); fitas brancas; linhas
brancas; comidas brancas (canjica, arroz doce, coalhada adocicada,
etc.); pães; mel; farinha de trigo (para circular e fechar por fora as oferendas);
coco seco e sua água colocada em copos; coco verde com uma tampa cortada e
um pouco de mel derramado dentro da sua água; água em cálices ou copos; pedras
de cristais de quartzo branco (se for solicitado); pembas brancas (em pedra
ou em pó); milho verde em espiga, cru e ainda leitoso.
(Fonte:
“Rituais Umbandistas - Oferendas, Firmezas e Assentamentos”, Rubens Saraceni,
Editora Madras.)
2- Faça
um círculo com sete velas brancas e coloque ao centro frutas diversas, coco
verde aberto, mel e flores, tudo bem arrumado, e faça seus pedidos em oração e
cantos a este amado Orixá. (Fonte: “Código de Umbanda”, Rubens Saraceni, Madras
Editora.)
3- Um
coco verde fechado e um coco verde aberto (separar as águas); mel; uvas
brancas, pêssegos, goiaba branca, maracujá, carambola, vinho branco; rosas
brancas, palmas brancas, crisântemos brancos; sete velas brancas. Forrar o chão
com as pétalas das rosas brancas e sobre elas dispor as frutas. Circundar com
as palmas e crisântemos, as bebidas (água dos dois cocos e vinho) e o
mel. Em torno, firmar as velas, saudando o Divino Pai Oxalá e fazendo o pedido
específico.
Onde oferendar Oxalá:
Nos
campos abertos, bosques, praias limpas e jardins floridos.
Quando oferendar Oxalá:
-
Para ter fé, esperança, paz, serenidade
-
Para acalmar alguma situação ou alguém
-
Para despertar a fé de alguém
Firmeza para Oxalá:
Um
pilão e uma quartinha branca com água.
Amaci:
1-Água
mineral com boldo e flor de laranjeira macerados e curtidos por 24 horas.
2-
Água da fonte com pétalas de rosas brancas e manjerona, maceradas e depois
curtidas por 24 horas.
Cozinha ritualística
1-CANJICA-
Canjica branca cozida coberta com algodão, folhas de saião ou claras em neve,
com um cacho de uva branca por cima de tudo. Regar com mel.
2-ACAÇÁ-
Cozinhar 1/2 kg de farinha de milho branca, como um angu ou mingau. Deixe
esfriar um pouco e faça bolinhos. Em algumas Casas se põe, às colheradas, em
folhas de bananeira passadas ao fogo e enrola-se. Serve-se depois de frio.
3-MUNGUNZÁ,
mugunzá, ou mucunzá (da língua Quimbundo: “mu'kunza” = milho cozido)- Alimento
ritual feito de grãos de milho branco cozidos em água com açúcar, algumas vezes
com leite de coco e de gado, com pequena quantidade de água de flor de
laranjeira. É servido aos adeptos com bastante caldo e ao Orixá bem compactado,
em forma de ebô.
Alguns Caboclos de Oxalá: Pena Branca, Flecha
Branca, Montanha Branca, Folha Branca, Lua Branca, Caboclo das Sete
Encruzilhadas, Caboclo Tupã, Caboclo Tupi, Caboclo Tupinambá, Caboclo Sol,
Caboclo Girassol, Caboclo Gira-Mundo, Caboclo Vira Mundo, Caboclo Urubatão da
Guia, Caboclo Ubirajara da Guia, Caboclo Sete Flechas da Guia, Caboclo Sete
Estrelas, Caboclo Sete Penas Brancas.
Alguns Exus de Oxalá: Exu Abre Tudo, Exu
Arrebata Tudo, Exu Corta Tudo, Exu Desmancha Tudo, Exu Encruza Tudo, Exu
Gira-Mundo, Exu Guarda Tudo, Exu Lúcifer, Exu Maioral, Exu Rei das Almas, Exu
Rei das Sete Encruzilhadas, Exu Rei das Trevas, Exu Sete Cabeças,
Exu Sete Encruzilhadas, Exu Sete Estrelas, Exu Sete Coroas, Exu Sete Infernos,
Exu Sete Sombras, Exu Tranca Tudo, Exu Vira Mundo.
PRECE
Ó
poderoso Pai Oxalá, o maior dos Orixás, aspiração suprema dos desejos dos
nossos corações, caminhamos até a Tua claridade, clareando todos os nossos
passos no amanhecer de cada dia.
Que
a Luz, a eterna Luz que o Senhor derramou e derrama todos os dias, cubra a
cabeça daqueles que a Ti estão ligados. Numa corrente de fé e num só pensamento
elevamos as nossas preces:
Oxalá,
nosso Pai, dê-nos a graça de chorarmos sinceramente nossas faltas e, com
espírito de humildade, nos purificarmos através da fé e da caridade. Que nós consigamos
limpar a morada dos nossos corações, desterrando tudo que é mundano, todo
vício, ódio e maldade, na certeza de que com humildade alcançaremos o Senhor.
Pai
Oxalá, Vós sabeis que a razão humana é fraca e pode nos enganar, mas a
verdadeira fé não pode ser enganada.
Obrigado,
Pai Oxalá, por tudo que o Senhor nos deu e nos dá. Esperamos todos unidos que o
Senhor nos escolha para sermos mais alguns dos Vossos íntimos amigos.
Que
assim seja!
PONTOS CANTADOS
TRONO
|
Trono Masculino da Fé
|
Linha
|
Fé
|
Fator
|
Fator Puro: Magnetizador
Fator Misto: Congregador
|
Essência
|
Cristalina
|
Polariza com
|
Oyá Tempo
|
Cor
|
Branco, dourado,
transparente
|
Fio de Contas
|
Contas e Miçangas brancas
e leitosas. Firmas Brancas.
|
Ferramentas
|
Jóias em prata, caramujo,
sol, cajado, pomba de prata, moedas e búzios.
Para Oxalá de Oromilaia
acrescentamos olhos de prata.
|
Ervas
|
1-Adriano Camargo
relaciona estas ervas para Oxalá:
Quentes ou agressivas:
Açoita cavalo, erva de bicho, mamona, orégano, alho, fumo (tabaco), comigo
ninguém pode.
Mornas ou equilibradoras: Alcachofra, alcaçuz, alecrim, alfazema, aquiléia (mil folhas), bardana, boldos (todos), girassol, hortelã, incenso (folhas da planta), levante, manjericão, manjerona, rosa branca, sálvia, tomilho, folha
da costa (ou saião).
Frias ou específicas:
Algodoeiro, angélica, anis estrelado, artemísia, cravo da Índia, ipê roxo,
jasmim, laranjeira, louro, noz de cola (ou obi), pichuri, saco-saco, sândalo,
verbena.
2- Mais ervas de uso
comum: Agapanto branco (ou lírio africano), aguapé (golfo de flor branca),
alecrim (da horta, de tabuleiro, do mato etc.), angélica, alfavaca, arruda,
baunilha, barba de velho, colônia, camomila, chapéu de couro, capim limão,
coentro, camélia, cambará, carnaubeira, crisântemo branco, erva cidreira,
erva-doce, eucalipto, erva de Santa Luzia, fava de tonca (ou cumarim ou
cumaru), folha de uva branca, folha do cravo, folha da fortuna, funcho,
gerânio branco, goiabeira branca (folhas), malva branca, maracujá (flores),
macela, neve branca, palmas brancas, palmas de Jerusalém, patchuli, poejo,
salsa da praia, Tapete de Oxalá (é um tipo de Boldo, mas NÃO é o “boldo do
Chile”), umbuzeiro.
|
Símbolos
|
Estrela de cinco pontas
(que desperta a Magia da Fé no ser humano); cruz; a pomba branca da paz
|
Ponto na Natureza
|
Praias desertas, colinas
descampadas, campos, campinas, parques, bosques, montanhas, mirantes;
qualquer lugar limpo e agradável
|
Flores
|
Rosas brancas, de
preferência sem espinhos, e todas as flores que sejam dessa cor (lírio
branco, lírio da paz, palma branca, margarida branca, copo de leite etc.);
girassol; jasmim; lágrima de Cristo
|
Essências
|
Aloés, almíscar, lírio,
benjoim, flores do campo, flores de laranjeira.
|
Pedras e Minérios
|
Pedra de Oxalá: Cristal
branco- Dia indicado para a consagração: todos- Hora indicada: 12 horas
Minério de Oxalá: Ouro-
Dia indicado para a consagração: domingo- Hora indicada: 06 horas.
|
Metais
|
Prata, platina, ouro
(branco e amarelo).
|
Saudação
|
Exê Uêpe Babá, Oxalá é
meu Pai; Êpa, êpa Babá (viva o Pai).
|
Planeta
|
Sol.
|
Dia da Semana
|
Todos, especialmente a
Sexta-Feira.
|
Chakra
|
Coronário (da coroa ou do
topo da cabeça)- Está associado ao Sentido da Fé, que na Umbanda é regido
pelo Orixá Oxalá.
Localização: Topo da
cabeça. Abre-se para o alto, no sentido vertical.
Importância deste chakra:
É o primeiro chakra a receber os estímulos do espírito. Abre-se em
forma de funil para o Universo, representando a ligação entre o ser humano e
o Divino. É considerado o centro energético mais importante do corpo humano
(a Energia Vital entra pelo Chakra da Coroa e se espalha aos demais chakras).
É representado por uma
coroa, capacete ou flor de lótus que se abre para o céu, como símbolo do
despertar da espiritualidade e da consciência humana.
Na Umbanda, este chakra é
chamado de “a coroa do médium”.
Glândula relacionada:
Pineal (ou epífise)- Até há pouco tempo acreditava-se que a pineal era um
órgão atrofiado e de funções indefinidas. Mas os cientistas descobriram
muitas funções importantes nesta glândula: semelhante a uma antena, a pineal
capta radiações eletromagnéticas da lua (que regula ciclos menstruais, por
exemplo) e as radiações eletromagnéticas do sol; desperta a produção de
certas substâncias neurotransmissoras que estimulam a atividade física e
mental; ativa a produção de hormônios sexuais no início da puberdade, dando
início ao ciclo da reprodução humana. Está presente também nos os animais,
captando os campos eletromagnéticos da Terra e orientando as migrações das
andorinhas e das tartarugas, por exemplos.
Outras funções
relacionadas à glândula pineal foram descobertas em pesquisas realizadas pelo
Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, que é Psiquiatra, Mestre em Ciências pela USP,
Diretor-Clínico do Instituto “Pineal Mind” (SP) e também Diretor-Presidente
da Associação Médico-Espírita de São Paulo.
Em resumo, o Dr. Sérgio
diz que: “A pineal é capaz de captar campos eletromagnéticos desta dimensão e
também de outras dimensões do Universo, acessando campos espirituais e sutis.
Ela capta vibrações que estão além da realidade física e por isso está
associada aos fenômenos mediúnicos (clarividência, telepatia etc.), já que a
mediunidade é justamente a capacidade de entrar em contato com energias de
dimensões não-físicas. Isso acontece porque a glândula pineal tem cristais de
apatita na sua estrutura. O cristal de apatita capta campos eletromagnéticos,
sendo que o plano espiritual age por meio desses campos. A interferência
Divina sempre acontece obedecendo às leis da própria natureza. Os médiuns,
pessoas capazes de entrar em contato com outras dimensões, apresentam maior quantidade
de cristais de apatita na pineal. Os iogues e místicos têm menor quantidade.
E ninguém pode aumentar ou diminuir essa concentração de cristais, pois ela é
uma característica biológica, assim como a cor dos olhos e dos cabelos.
A glândula é um receptor poderoso. Mas quem decodifica as informações
recebidas são outras áreas do cérebro, como o córtex frontal cerebral. Sem
essa interação, as informações recebidas não são compreendidas. Por isso, os
animais recebem tais informações, mas não as decodificam, já que as outras
partes do cérebro deles não têm esse atributo”.
Cor de vibração do
coronário: Violeta, que é a freqüência mais alta ou mais elevada entre as
sete cores do arco-íris.
Bom funcionamento deste
chakra- Quando equilibrado e aberto, ele nos faz perceber que a nossa
essência é espiritual, que a Luz Divina está em nós, que somos parte do Todo
da Criação. Deixamos de ser meros receptores da energia vital, passando
também a irradiá-la aos outros seres vivos e ao planeta. Isso nos permite atingir
níveis superiores de meditação.
Quando o coronário se
desenvolve de forma simultânea com o chakra frontal, a pessoa apresenta
grande capacidade de raciocínio e de intuição.
Mau funcionamento deste
chakra- Em desequilíbrio, não permite que a pessoa tenha grande abertura
mental, abundância ou "iluminação interior". O medo pode dominar a
vida dessa pessoa, trazendo-lhe desarmonia interior, infelicidade e
desilusão, que se difundirão aos demais chakras, desequilibrando-os, podendo
gerar doenças de foro mental, fobias, dores de cabeça ou enxaquecas de
difícil tratamento.
Daí a importância da
meditação (orações, relaxamento etc.), para afastarmos a ansiedade, o medo,
os sentimentos de rejeição, de insegurança e de incerteza. Abrir o coração
para DEUS, para a Criação, para o conhecimento universal e o desenvolvimento
do ser Divino que habita em todos nós, evitando-se a superficialidade e o
materialismo.
Conforme Angélica
Lisanty, as pedras relacionadas ao Chakra da Coroa são: 1-SELENITA: faz a
nossa conexão com os Sete Raios; 2-CRISTAL: tem poder purificador. Bom para
rituais de conexão com a Espiritualidade; 3-PEDRAS LEITOSAS: Quartzo branco
leitoso; Raolita ou Howlita (muito boa para acalmar, sossegar e pacificar
pessoas muito inquietas, ansiosas e nervosas); Calcita ótica branca (boa para
meditação).
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Saúde
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Partes do corpo regidas
pelo chakra coronário: Cérebro, cerebelo.
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Bebida
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Água mineral; água de
coco; vinho branco doce; vinho tinto doce; “águas de Oxalá” (deixar uma
porção de canjica de molho em água mineral ou de coco e depois utilizar essa
água; ou cozinhar a canjica e utilizar a água do cozimento); champanhe
branco.
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Animais
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Pomba Branca, Caramujo,
Coruja branca
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Comidas
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Cozinha ritualística:
Canjica, Acaçá, Mungunzá.
Frutas: Uvas verdes, coco
seco, coco verde, pera, maçã verde, damasco, melão, bergamota, pêssego, lima
doce, laranja mimo do céu, goiaba branca, frutas de polpa branca em geral,
frutas suaves em geral, nozes, castanhas, amêndoas.
Legumes, raízes e
verduras: Berinjela, gengibre, agrião.
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Números
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Na Umbanda, Oxalá é
associado ao número 01.
No Candomblé, Oxalufã (o
Oxalá Velho) é associado ao número 10, enquanto Oxaguiã (o Oxalá Jovem) é
associado ao número 08.
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Data Comemorativa
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25 de Dezembro
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Sincretismo
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Na Umbanda: Jesus Cristo
No Candomblé:
-Oxalá Obocum, Oxalá
Olocum e Oxaguiã: Menino Jesus de Praga;
-Oxalufã: Senhor do
Bonfim;
-Oxalá Dacum e Oxalá Jobocum: Sagrado Coração de Jesus; -Oxalá de Oromilaia: Espírito Santo ou Santa Luzia. |
Qualidades
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No Candomblé, encontramos
algumas Qualidades (ou caminhos) de Oxalá:
1-Oxalá Ajagemo: Durante
a sua festa anual em Edé, dança-se e se representa com mímicas um combate
entre ele e Oluniwi, no qual este último sai vencedor.
2-Oxalá Akire ou Ikire: É
um valente guerreiro, muito rico, que transforma em surdo e mudo a quem o
negligencia.
3-Osalá Alase ou
Olúorogbo: Salvou o mundo fazendo chover num período de seca.
4-Oxalá Etéko: Caminha
com Oxaguiã, é inquieto. Vive nas matas e recebe oferenda de todo o tipo de
carne branca.
5-Oxalá Eteto Obá Dugbe:
Outro guerreiro, ligado a Orixalá.
6-Oxalá Lejugbe: É muito
confundido com Oxalufan, por ser vagaroso e indeciso. Recebe oferendas com
Yemanjá e Oxalufan. Suas oferendas incluem todo tipo de carne branca.
7-Oxalá Obatalá: É o mais
velho dos Orixás. O grande Rei Branco; raiz de todos os outros Oxalás. É o
pai de Oxalufan (que, por sua vez, é o pai de Oxaguiã). Sendo muito grande e
poderoso, Obatalá não se manifesta, pois sua palavra transforma-se
imediatamente em realidade. Representa a massa, o ar, as águas frias e
imóveis do começo do mundo; controla a formação dos novos seres, é o Senhor
dos vivos e dos mortos.
8-Oxalá Okó: Divindade da
agricultura e colheita dos inhames novos e da fertilidade da terra. Orixá
Nagô, pouco conhecido no Brasil, pois na época da chegada dos escravos
consideraram, em seu lugar, a Ogum como Orixá da agricultura e a Obaluaiyê
como Orixá dos grãos. Quando se manifesta leva um cajado de madeira que
revela sua relação com as árvores. Traz uma flauta de osso que lembra sua
relação com a sexualidade e a fertilidade. É confundido com Oxalá, pois se
veste de branco. Seu opaxorô, no Brasil, é confeccionado em madeira.
9-Oxalá Olofon Ajigúna
Koari: Aquele que grita quando acorda (conhecido pelo nome de Oxalufan).
10-Oxalá Orinxalá, Orixalá ou Obatalá: É casado com Yemanjá e suas
imagens são colocadas lado a lado e cobertas com traços e pontos desenhados
com efum (giz branco, pemba branca), no Ilésin (local de adoração).
11-Oxalá Oxalufã (Orixá
Olú Fon): Orixá velho e sábio, cujo templo é Ifón pouco distante de Oxogbô;
sua cerimônia de saudações é de dezesseis em dezesseis dias. Orixá muito
velho, lento. Dança apoiado no opaxoró. Detesta a violência, disputas e
brigas. Não come sal e nem dendê; não aceita cores fortes, principalmente o
vermelho. A ele pertencem os metais e substâncias brancas. Não suporta
cavalos.
12-Oxalá Osoguiã ou
Oxaguian (também chamado de Ogiyan Ewúlee Jiigbo): Orixá jovem e guerreiro,
cujo templo principal se encontra em Ejigbô. Tomou o título de Eleejigbô, Rei
de Ejigbô. Uma de suas características é o gosto pelo inhame pilado (lyán),
que lhe valeu o apelido de “Orisa-Je-Iyán” ou “Orisájiyan”. É o único que tem
autorização de enfeitar seus colares brancos com pedras azuis, chamadas
Seguy. Está ligado ao culto de Iroko e dos espíritos, assim como à
fertilidade e ao culto ao inhame. É o pai de Oxossi Inlé e recebe oferendas
com Ogunjá, Oxossi Inlé, Airá, Exu, Oyá e Onira. Tem forte ligação com Yansã
e com Exu. Seus filhos devem evitar brigas e mentiras e, principalmente,
devem respeito a Ogum.
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Incompatibilidades
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No Candomblé, são
observadas algumas incompatibilidades (quizilas, proibições ou euós) em
relação ao Orixá Oxalá: vinho de palma, dendê, carvão, roupa escura, cor
vermelha, cachaça, bichos escuros. E para Oxalufã, o Velho, também as
lâminas.
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