A UMBANDA SAGRADA



O INICIO DA UMBANDA
É praticamente impossível falar de Umbanda e sua origem sem mencionar o nome de Zélio Fernandino de Moraes, como também falar sobre o Kardecismo sem mencionar Allan Kardec.
A Umbanda foi oficialmente declarada como religião em 1908, mo entanto, este episódio vem sendo relegado a plano secundário por várias correntes importantes (muitas inclusive surgiram a partir da Tenda Nossa Senhora da Piedade), que pregam a Umbanda como existente antes desta data. Nós adotamos a data da oficialização do Zélio de Moraes e os seus ensinamentos básicos, embora todas as correntes mereçam o devido respeito.Mas nada como o tempo, para corrigir as distorções entre os pregadores através da Lei do uso e do costume!
MARCO INICIAL
Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo - Rio de Janeiro. Aos dezessete anos quando estava se preparando para servir as Forças Armadas através da Marinha aconteceu um fato curioso: começou a falar em tom manso e com um sotaque diferente da sua região, parecendo um senhor com bastante idade. À princípio, a família achou que houvesse algum distúrbio mental e o encaminhou ao seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, médico psiquiatra e diretor do Hospício da Vargem Grande.
Após alguns dias de observação e não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica sugeriu à família que o encaminhassem a um padre para que fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estivesse possuído pelo demônio. Procuraram, então também um padre da família que após fazer ritual de exorcismo não conseguiu nenhum resultado.
Tempos depois, Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual os médicos não conseguiram encontrar a cura. Passado algum tempo, num ato surpreendente Zélio ergueu-se do seu leito e declarou: "Amanhã estarei curado".
No dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe, D. Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada D. Cândida, figura conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio Antônio. Tio Antônio recebeu o rapaz e fazendo as suas rezas lhe disse que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar com a caridade.
O Pai de Zélio de Moraes Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não freqüentar nenhum centro espírita, já era um adepto do espiritismo, praticante do hábito da leitura de literatura espírita. No dia 15 de novembro de 1908, por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói. Chegando na Federação e convidados por José de Souza, dirigente daquela Instituição sentaram-se a mesa. Logo em seguida, contrariando as normas do culto realizado, Zélio levantou-se e disse que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde realizava-se o trabalho. Tendo-se iniciado uma estranha confusão no local ele incorporou um espírito e simultaneamente diversos médiuns presentes apresentaram incorporações de caboclos e pretos velhos. Advertidos pelo dirigente do trabalho a entidade incorporada no rapaz perguntou:
"- Porque repelem a presença dos citados espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Seria por causa de suas origens sociais e da cor?"
Após um vidente ver a luz que o espírito irradiava perguntou:
"- Porque o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome meu irmão?"
Ele responde:
"- Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."
O vidente ainda pergunta:
"- Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?"
Novamente ele responde:
"-Colocarei uma condessa em cada colina que atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei."
Depois de algum tempo todos ficaram sabendo que o jesuíta que o médium verificou pelos resquícios de sua veste no espírito, em sua última encarnação foi o Padre Gabriel Malagrida.
No dia 16 de novembro de 1908, na rua Floriano Peixoto, 30 – Neves – São Gonçalo – RJ, aproximando-se das 20:00 horas, estavam presentes os membros da Federação Espírita, parentes, amigos e vizinhos e do lado de fora uma multidão de desconhecidos. Pontualmente as 20:00 horas o Caboclo das Sete Encruzilhadas desceu e usando as seguintes palavras iniciou o culto:
"-Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A pratica da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo".
Após estabelecer as normas que seriam utilizadas no culto e com sessões diárias das 20:00 às 22:00 horas, determinou que os participantes deveriam estar vestidos de branco e o atendimento a todos seria gratuito. Disse também que estava nascendo uma nova religião e que chamaria Umbanda.
O grupo que acabara de ser fundado recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse as seguintes palavras:
"- Assim como Maria acolhe em seus braços o filho, a tenda acolherá aos que a ela recorrerem nas horas de aflição, todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai."
Ainda respondeu perguntas de sacerdotes que ali se encontravam em latim e alemão.
O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que haviam neste local, praticando suas curas.
Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:
"- Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá",
Após insistência dos presentes fala:
"- Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nêgo".
Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:
"- Minha caximba.,nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque buscá".
Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de "Guia de Pai Antonio".
No outro dia formou-se verdadeira romaria em frente a casa da família Moraes. Cegos, paralíticos e médiuns que eram dados como loucos foram curados.
A partir destes fatos fundou-se a Corrente Astral de Umbanda.
Após algum tempo manifestou-se um espírito com o nome de Orixá Malé, este responsável por desmanchar trabalhos de baixa magia, espírito que, quando em demanda era agitado e sábio destruindo as energias maléficas dos que lhe procuravam.
Dez anos depois, em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebendo ordens do astral fundou sete tendas
para a propagação da Umbanda, sendo elas as seguintes:
Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia;
Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição;
Tenda Espírita Santa Bárbara;
Tenda Espírita São Pedro;
Tenda Espírita Oxalá;
Tenda Espírita São Jorge;
Tenda Espírita São Jerônimo
.
As sete linhas que foram ditadas para a formação da Umbanda são: Oxalá, Iemanjá, Ogum, Iansã, Xangô, Oxossi e Exu.
Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das acima mencionadas.
Zélio nunca usou como profissão a mediunidade, sempre trabalhou para sustentar sua família e muitas vezes manter os templos que o Caboclo fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele.
O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou qualquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.
As guias usadas eram apenas as determinadas pelas entidades que se manifestavam.
A preparação dos médiuns era feita através de banhos de ervas e do ritual do amaci, isto é, a lavagem de cabeça onde os filhos de Umbanda afinizam a ligação com a vibração dos seus guias.
Após 55 anos de atividade, entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia e Zilméia, as quais até hoje os dirigem.
Mais tarde junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo fundaram a Cabana de Pai Antonio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macacú – RJ. Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélio permitiu.
Pai Zélio Fernandino de Moraes, faleceu aos 84 anos no dia 03 de outubro de 1975.


O QUE É A UMBANDA?

Umbanda é uma religião nova, com cerca de um século de existência.
Ela é sincrética e absorveu conceitos, posturas e preceitos cristãos, indígenas e afros, pois estas três culturas religiosas estão na sua base teológica e são visíveis ao bom observador.

Uma data é o marco inicial da Umbanda: a manifestação do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas no médium Zélio Fernandino de Morais ocorrida no ano de 1908, diferenciando-a do espiritismo e dos cultos de nação Candomblé de então.

A Umbanda tem suas raízes nas religiões indígenas, africanas e cristã, mas incorporou conhecimentos religiosos universais pertencentes a muitas outras religiões.




Umbanda é o sinônimo de prática religiosa e magística caritativa e não tem a cobrança pecuniária como uma de suas práticas usuais. Porém, é licito o chamamento dos médiuns e das pessoas que freqüentam seus templos no sentido de contribuírem para a manutenção deles ou para a realização de eventos de cunho religioso ou assistencial aos mais necessitados.




A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamento de orixás e não tem nessa prática legitima e tradicional do Candomblé um dos seus recursos ofertatórios às divindades, pois recorre às oferendas de flores, frutos, alimentos e velas quando as reverencia.




A Umbanda não aceita a tese defendida por alguns adeptos dos cultos de nação que diz que só com a catulagem de cabeça e só com o sacrifício de animais é possível as feituras de cabeça (coroação do médium) e o assentamento dos orixás, pois, para a Umbanda, a fé é o mecanismo íntimo que ativa Deus, suas divindades e os guias espirituais em beneficio dos médiuns e dos freqüentadores dos seus templos.




A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda e suas práticas ofertatórias isentas de sacrifícios de animais são uma reverencia aos orixás e aos guias espirituais, recomendando-as aos seus fiéis, pois são mecanismos estimuladores do respeito e da união religiosa com as divindades e os espíritos da natureza ou que se servem dela para auxiliarem os encarnados.




A Umbanda não é uma seita, e sim um religião, ainda meio difusa devido à aceitação maciça de médiuns cujas formações religiosas se processaram em outras religiões e cujo usos e costumes vão sendo diluídos muito lentamente para não melindrar os conceitos e as posturas religiosas dos seus novos adeptos, adquiridos fora da Umbanda, mas respeitados por ela.




A Umbanda não apressa o desenvolvimento doutrinário dos seus fiéis, pois tem no tempo e na espiritualidade dois ótimos recursos para conquistar o coração e a mente dos seus fiéis.




A Umbanda tem na mediunidade de incorporação a sua maior fonte de adeptos, pois a mediunidade independe da crença religiosa das pessoas e, como a maioria das religiões, condena os médiuns ou segrega-os, taxando-os de pessoas possessas ou desequilibradas, então a Umbanda não tem que se preocupar, pois sempre será procurada pelas pessoas possuidoras de faculdades mediúnicas, principalmente a de incorporação.




A Umbanda tem de preparar muito bem os seus sacerdotes para que estes acolham em seus templos todas as pessoas possuidoras de faculdades mediúnicas e as auxiliem no desenvolvimento delas, preparando-as para que futuramente se tornem, também elas os seus futuros sacerdotes.




A Umbanda tem na mediunidade de incorporação o seu principal mecanismo de prática religiosa, pois, com seus médiuns bem preparados, assiste seus fiéis, auxilia na resolução de problemas graves ou corriqueiros, todos tratados com a mesma preocupação e dedicação espiritual e sacerdotal.




A Umbanda é uma religião espírita e espiritualista. Espírita porque está, em parte, fundamentada na manifestação dos espíritos guias. E espiritualista porque incorporou conceitos e práticas espiritualistas (referentes ao mundo espiritual), tais como magias espirituais e religiosas, culto aos ancestrais Divinos, culto religioso aos espíritos superiores da natureza, culto aos espíritos elevados ou ascencionados e que retornam como guias-chefes, para auxiliar a evolução das pessoas que freqüentam os templos de Umbanda.




A Umbanda, por ser sincrética, não alimenta em seu seio segregacionismo religioso de nenhuma espécie e vê as outras religiões como legitimas representantes de Deus. E vê todas como ótimas vias evolutivas criadas por Ele para acelerarem a evolução da humanidade.




A Umbanda não adota práticas agressivas de conversão religiosa, pois acha estes procedimentos uma violência consciencial contra as pessoas, preferindo somente auxiliar quem adentrar em seus templos. O tempo e o auxílio espiritual desinteressado ou livre de segundas intenções tem sido os maiores atrativos dos fiéis umbandistas.




A Umbanda crê que sacerdotes que exigem a conversão ou batismo obrigatório de quem os procura (pois só assim poderão ser auxiliados por eles e por Deus) com certeza são movidos por segundas intenções e, mais dia menos dia, as colocarão para quem se converteu para serem auxiliados por eles. (Veja famosos pastores mercantilistas eletrônicos ou alguns supostos sacerdotes de cultos que vivem dos boris e dos ebós que recomendam incisivamente aos seus fiéis, tornando-os totalmente dependentes dessas práticas caso queiram algum auxílio espiritual ou religioso).




A Umbanda prega que os espíritos elevados (os seus espíritos guias) são dotados de faculdades e poderes superiores ao senso comum dos encarnados e tem neles um dos seus recursos religiosos e magísticos, recorrendo a eles em suas sessões de trabalho e tendo neles um dos seus fundamentos religiosos.




A Umbanda prega que as divindades de Deus (os orixás) são seres Divinos dotados de faculdades e poderes superiores aos dos espíritos e tem nelas um dos seus fundamentos religiosos, recomendando o culto a elas e a prática de oferendas como uma das formas de reverenciá-las, já que são indissociadas da natureza terrestre ou Divina de tudo o que Deus criou.




A Umbanda prega a existência de um Deus único e tem nessa sua crença o seu maior fundamento religioso, ao qual não dispensa em nenhum momento nos seus cultos religiosos e, mesmo que reverencie as divindades, os espíritos da natureza e os espíritos ascencionados (os guias-chefes), não os dissocia D'Ele, o nosso Pai Maior e nosso Divino Criador.
Texto extraído do livro "Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada" de Rubens Saraceni


AS SETE LINHAS DA UMBANDA

Em cada Trono Divino há uma Divindade assentada que na Umbanda nominamos de Orixás Regentes.


As Sete Linhas de Umbanda são as irradiações planetárias dos Sagrados Orixás Regentes, que são essências indiferenciadas, pois não possuem denominação. Cada uma dessas essências atua num padrão vibratório que estimula e dá sustentação aos seres que vivem em todas as dimensões do planeta




A Umbanda tem nas Sete Linhas seus fundamentos:

A Linha Cristalina estimula a Fé (Religiosidade)

A Linha Mineral estimula o Amor/Concepção (Sexualidade)
A Linha Vegetal estimula o Raciocínio (Conhecimento)
A Linha Ígnea estimula a Razão (Juízo)
A Linha Eólica estimula a Ordem (Equilíbrio)
A Linha Telúrica estimula o Saber (Evolução)
A Linha Aquática estimula a Maternidade (Geração)
São sete irradiações, sete padrões vibratórios, sete sentidos da vida e sete sentimentos.

As sete irradiações dão origem a sete essências, que dão origem a sete elementos, que dão origem a sete tipos de matérias ou energias.

São Irradiações Divinas e cada uma flui num padrão próprio que influencia quem é alcançado por ela, alterando nossos sentimentos mais íntimos e o nosso padrão vibratório, estimulando sentimentos mais nobres e virtuosos.

Assentados nessas linhas estão os Divinos Orixás que, por sua própria natureza, são polarizadores e irradiam essas vibrações de forma passiva ou ativa.

Enquanto no nível da essência, elas são imperceptíveis, pois nos chegam direto de Deus. Mas quando as recebemos dos Orixás, elas são elementais e já foram bipolarizadas. Logo, as Sete Linhas assumem esta bipolarização, surgindo automaticamente dois polos em cada uma delas.

POLOS ATIVOS E POLOS PASSIVOS


A Linha da Fé
Oxalá é passivo - Oyá-Tempo é ativa

A Linha do Amor
Oxum é ativa - Oxumaré é passivo

A Linha do Conhecimento
Oxossi é ativo - Obá é passiva

A Linha da Razão
Xangô é passivo - Iansã é ativa

A Linha da Ordem
Ogum é passivo - Egunitá é ativa 

A Linha da Evolução
Obaluaiê é ativo - Nanã é passiva

A Linha da Geração
Iemanjá é passiva - Omulu é ativo 


Assim, temos Sete Linhas, mas catorze Orixás, pois uns ocupam os polos ativos e outros, os polos passivos.

É nesta bipolarização que os arquétipos dos Orixás  vão se formando; aí eles vão se individualizando e assumindo atribuições específicas, mesmo atuando sob uma mesma irradiação. As linhas são afins com os orixás e estes com os sentidos e os sentimentos.


OS TRONOS DE DEUS

Tronos de Deus são uma classe de DIVINDADES entre as várias que conhecemos como os anjos, arcanjos, serafins, querubins, dominações, potências, gênios, devas, etc.

Um Trono é uma divindade “assentada” e por isso o seu nome: Trono.

Os Tronos transcendem nossas concepções humanas acerca deles porque são em si mistérios de Deus. São mentais Divinos que possuem as qualidades de nosso Criador e que são responsáveis por um aspecto da criação e por um sentido da vida. São os Seres Divinos que dão sustentação à evolução dos espíritos desde o momento em que Deus os emana para que iniciem seus ciclos evolutivos.

Quando somos emanados (criados) por Deus não somos mais que uma centelha viva e luminosa que pulsa continuamente. É neste momento que começa a atuação dos seus Tronos, pois somos atraídos pelos seus magnetismos mentais Divinos e somos ligados às suas ondas mentais, que passam a nos “alimentar” dali em diante e para sempre.

No momento em que somos ligados às ondas mentais de um Trono, um cordão energético começa a nos saturar com as suas energias mentais e com suas naturezas Divinas nos imanta, magnetiza e individualiza lentamente para que, pouco a pouco, nós possamos “crescer” em todos os sentidos.

Os Tronos regem nossa evolução e são as Divindades responsáveis pela nossa natureza íntima, pela abertura das nossas faculdades mentais e nossos dons naturais herdados de Deus.

Eis os sete Tronos de Deus :

• Trono da Fé – rege a religiosidade dos seres
• Trono do Amor – rege a união, a concepção da vida
• Trono do Conhecimento – rege o aprendizado e o raciocínio
• Trono da Justiça – rege a razão, o equilíbrio em todos os aspectos da vida
• Trono da Lei – rege o caráter, o direcionamento e a ordenação da criação e da vida
• Trono da Evolução – rege o aperfeiçoamento, as passagens de estágios evolutivos
• Trono da Geração – rege o criacionismo, a geração e a criatividade

FATORES DOS TRONOS



*FATOR: menor partícula existente, está na base da criação. São os mecanismos para que tudo funcione em harmonia. 








TRONO DA FÉ - Fator magnetizador, congregador (une por um ideal) e cristalizador (define e mantém)

TRONO DO AMOR - Fotor Agregador (une) e renovador

TRONO DO CONHECIMENTO - Fator expansor e concentrador

TRONO DA JUSTIÇA - Fator equilibrador e direcionador

TRONO DA LEI - Fator ordenador e purificador

TRONO DA EVOLUÇÃO - Fator transmutador e decantador

TRONO DA GERAÇÃO - Fator Gerador e Paralizador

Um exemplo da atuação fatoral:

A Força Congregadora do Trono da Fé e a Força Atratora (agregadora)do Trono do Amor unem os planetas em torno do Sol para formar o Sistema Solar , a força Ordenadora do Trono da Lei os Ordena, a força direcionadora do Trono da Justiça dá a direção das rotações e assim por diante.

Se pegarmos uma cadeira (inanimada) e chegarmos às suas moléculas, veremos os elétrons se movimentando, é a força viva, a Imanência do Criador.
OS TRONOS SUSTENTAM ENERGETICAMENTE A MATÉRIA.

"O mundo estaria envolto por cordas como o de um violino, que quando vibram, ressoam gerando ondas que geram partículas" (Teoria das Super Cordas de Stephen King)

Os Tronos (Orixás) são geradores destes fatores (as cordas do violino), suas vibrações geram ondas que geram partículas que sustenta a matéria.

Todo Fator tem uma função que gera uma ação. 


DEUS

Deus é Um, entendido de formas diferentes e por culturas diferentes.
Na Umbanda designamos essa Força Suprema e Criadora de OLORUM mas alguns guias de trabalho O chamam de várias formas:olhodedeus


OLORUM - Lingua Yorubá - Senhor do Céu (Olo) Senhor Orum (Céu) "(AYÊ-Terra)
OLODUMARE - Língua Yorubá = Senhor Supremo de Nosso Destino - Olo (Senhor) Odu (Destino) Mare (Supremo)
ZAMBI - Língua Kimbundo e Nagô - Senhor de Todo Poder
TUPÃ - O Grande Pajé, o Deus do Trovão dos Indios

Em outras culturas Ele também é chamado de:

TUPI / ADONAI* / ELOHIM / JAH / OM / BEL / ALÁ / AUM / TAO / DYAUS / PITAR / BRAMAN / PTHA / ATON / AMOM / NUM / YAYÊ e muitos outros

*IHVH - Tetragramatom (letras sagradas para designar o "impronunciavel") - Hebreu/Judeu - como não pode ser pronunciado eles dizem Adonai
Deus cria em si as Divindades e cria de si seres e criaturas.
Deus cria de si seres, uma semente incosciente que pela evolução voltará para Ele de forma cosciente, iluminado e ascencionado.
As Divindades são criadas em Deus (dentro d´Ele).
Qualificamos Deus em sete qualidades. Ele cria, sustenta e se manifesta nestas sete qualidades que irradiam sete Fatores. (por isso temos sete chacras)
  
FATOR CRISTALIZADOR
FATOR AGREGADOR
FATOR EXPANSOR
FATOR EQUILIBRADOR
FATOR ORDENADOR
FATOR EVOLUCIONISTA
FATOR GERADOR
  

Quando Deus assume uma de suas qualidades, Ele se manifesta através de uma Divindade que há Nele, a Divindade manifestadora daquela qualidade. São chamados de Arcanjos, Devas, Co-criadores.
Para entender melhor, é como se Deus fosse um presidente e estas Divindades seus ministros.
Deus possue mais do que estas sete qualidades, pos é ilimitado, mas para o nosso planeta Terra, apenas sete nos chegam e nos amparam, pois somos seres formados por estes sete fatores
.


O TRONO DAS SETE ENCRUZILHADAS é a Divindade de Deus que gera (dentro de Deus) os SETE FATORES que sustentam toda a criação do Planeta Terra.

Esta Divindade é o próprio Deus limitado em suas sete qualidades.

Ela é um Trono Planetário e é formado pela Corôa Planetária



O Trono Planetário gera à partir de Deus os sete fatores e quem os absorverá serão os TRONOS FATORAIS, que são Divindades formadores da Coroa Planetária.

coroa-divina

São Sete os Tronos Fatorais:

TRONO CRISTALINO
 TRONO MINERAL
 TRONO VEGETAL
 TRONO ÍGNEO
 TRONO EÓLICO
 TRONO TELÚRICO
 TRONO AQUÁTICO

Estes Tronos são a individualização do Trono das Sete Encruzilhada, assim como o Trono das Sete Encruzilhadas é uma individualização o Criador.
O Trono Planetário gera sete fatores que são absorvidos pela Coroa Divina, que são irradiados pelos seus Tronos Fatorais. As irradiações destes tronos Fatorais serão absorvidas pelos TRONOS ESSÊNCIAIS que irão absorver os fatores e irradiar essências puras, casa essência gerando (carregando) um sentimento.

TRONO FATORAL CRISTALINO absorve Fator Cristalizador do Trono Planetário e o irradia gerando uma essência CRISTALINA que é absorvida pelo TRONO ESSENCIAL DA FÉ que irá absorver a essência cristalina e irradiar gerando um sentimento de Fé.
TRONO FATORAL MINERAL absorve Fator Agregador do Trono Planetário e o irradia gerando uma essência MINERAL que é absorvida pelo TRONO ESSENCIAL DO AMOR que irá absorver a essência mineral e irradiar gerando um sentimento de Amor.

TRONO FATORAL VEGETAL absorve Fator Expansor do Trono Planetário e o irradia gerando uma essência VEGETAL que é absorvida pelo TRONO ESSENCIAL DO CONHECIMENTO que irá absorver a essência vegetal e irradiar gerando um sentimento de Conhecimento.

TRONO FATORAL ÍGNEO absorve Fator Equilibrador do Trono Planetário e o irradia gerando uma essência ÍGNEA que é absorvida pelo TRONO ESSENCIAL DA JUSTIÇA que irá absorver a essência ígnea e irradiar gerando um sentimento de Justiça.

TRONO FATORAL EÓLICO absorve Fator Ordenador do Trono Planetário e o irradia gerando uma essência EÓLICA que é absorvida pelo TRONO ESSENCIAL DA LEI que irá absorver a essência eólica e irradiar gerando um sentimento de Lei.

TRONO FATORAL TELÚRICO absorve Fator Evolucionista do Trono Planetário e o irradia gerando uma essência TELÚRICA que é absorvida pelo TRONO ESSENCIAL DA EVOLUÇÃO que irá absorver a essência telúrica e irradiar gerando um sentimento de Evolução.

TRONO FATORAL AQUÁTICO absorve Fator Gerador do Trono Planetário e o irradia gerando uma essência AQUÁTICA que é absorvida pelo TRONO ESSENCIAL DA GERAÇÃO que irá absorver a essência aquática e irradiar gerando um sentimento de Geração.
 
Portanto, São sete os TRONOS ESSÊNCIAIS:

TRONO DA FÉ
TRONO DO AMOR
TRONO DO CONHECIMENTO
TRONO DA JUSTIÇA
TRONO DA LEI
TRONO DA EVOLUÇÃO
TRONO DA GERAÇÃO
Estes são os Tronos formadores das SETE LINHA DE UMBANDA.



Cada Trono Essêncial que aborveu uma essência pura irá irradiar para outro trono que irá receber estas irradiações e polarizar as essências, criando pólos UNIVERSAIS e CÓSMICOS - MASCULINOS e FEMININOS - IRRADIADORES e ABSORVEDORES.

São os TRONOS ELEMENTAIS, com uma Divindade assentada em cada um deles. Essas Divindades possuem nomes mantricos e por sincretismo são nominados na Umbanda com os nomes do panteão Africano - Os nossos DIVINOS ORIXÁS

O Trono Essêncial da Fé se divide em duas polaridades, em Dois Tronos Elementais,  um positivo e outro negativo. Um irradia e outro absorve. Um é masculino e o outro é feminino. Um chamamos de OXALÁ - o outro chamamos de OYÁ TEMPO

Trono de Oxalá - Masculino / universal / irradiador / ampara e sustenta a Fé

Trono de Oyá Tempo - Feminino / cósmica / absorvedor / absorve desequilíbrios da Fé

Quando vivenciamos nossa fé no sentido reto, estamos absorvendo as irradiações de Oxalá, mas quando nos desequilibramos Oyá ira atuar no nosso sentido de equilíbrio para voltarmos ao caminho reto.


* UNIVERSAIS - Atuam irradiando o tempo todo, em todos os seres

* CÓSMICOS - Atuam quando há desequilibrios, absorvendo os excessos.


Os Tronos e as Divindades Assentadas:


TRONO DA FÉ = OXALÁ / OYÁ TEMPO


TRONO DO AMOR = OXUM / OXUMARÊ


TRONO DO CONHECIMENTO = OXÓSSI / OBÁ


TRONO DA JUSTIÇA = XANGÔ / YANSÃ


TRONO DA LEI = OGUM / EGUNITÁ


TRONO DA EVOLUÇÃO = OBALUAYÊ / NANÃ


TRONO DA GERAÇÃO = YEMANJÁ / OMULU


As Divindades precisam de intermediários para alcançar os seres e as criaturas que estão em outro nível de evolução e para atuarem fora de sua linha.

Elas emitem vibrações que se cruzam e em cada cruzamento há um trono intermediário com uma Divindade Assentada. Esta Divindade passa a ter as funções do Trono original com as qualidades do Trono Cruzado.

Por exemplo:

Quando o Trono da Geração cruza com o Trono do Conhecimento há um Orixá assentado que Gera Conhecimento, quando ele cruza com o Trono da Justiça há um Orixá assentado que Gera justiça, e assim por diante.

Este Trono Intermediario também irradiará cruzando as Linhas, gerando novos Tronos com uma Divindade assentada em cada um desses novos cruzamento.

Por exemplo:

O Trono que Gera Justiça (Yemanjá/Xangô) cruzará com as vibrações do Trono do Amor(Oxum) e lá assentará outra divindade Com as funções de Yemanjá (Gerar) qualidade de Xangô (equilibrar) no campo de Oxum (amor), uma Orixá com o atributo de gerar equilíbrio no campo do amor.


FONTE : INSTITUTO CULTURAL SETE PORTEIRAS DO BRASIL WWW.SETEPORTEIRAS.ORG.BR