segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Apartheid!
Sentei-me pela última vez
na sacada onde a um mês atrás
fizemos planos
pros brilhos de 2009.
A mesma sacada onde
passei as madrugadas
secando lágrimas
que insistiam em correr
pelo meu rosto
por entre minhas coxas
Enquanto eu via o barco virar.
Não encontro outra saída
a não ser a de deixá-lo partir
de vez?
pra sempre?
não sei.
Deixamos tantas coisas
dividir nossos planos
que acabamos sem nenhum.
quantas coisas colocamos entre nós?
entre a ligação colorida de nós dóis?
não sei.
Entramos na pedra que engole
engolidos
tragados
pela dureza dos instantes
pelas águas sem rumo
torrenciais.
Estou na escuridão
nastrevas do silêncio
ensuredecedor fantasma
que habita em mim
em você
no outro.
Tento refazer a travessia
rebobinar a vida
retornar no trejeto
pra descobrir
onde foi que nos perdemos.
Aguardo ainda as respostas
que disses que daria
Aguardo ainda um levante
uma guerra Bacante
pra que renasçamos
Apolo
Sol
e
Ardor!
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